Os primórdios da colonização
Nova Zelândia é um dos pedaços de terra mais recentemente descobertos pelos europeus. Os primeiros povoadores conhecidos foram os polinésios orientais que, de acordo com a maioria dos pesquisadores, chegaram de canoa por volta de 1250-1300 da era cristã. Alguns pesquisadores sugeriram uma onda anterior de chegadas cujas datas remontariam a 50-150 d.C.; esses povos então desapareceram ou deixaram as ilhas. Ao longo dos séculos seguintes, esses colonos desenvolveram uma cultura distinta agora conhecida como māori. A população era dividida em iwi (tribos) e hapū (subtribos), que cooperavam, competiam e às vezes lutavam uns com os outros. Em algum momento um grupo māori migrou para as Ilhas Chatham onde desenvolveram sua distinta cultura moriori.Os primeiros europeus conhecidos por terem chegado à Nova Zelândia foram o explorador neerlandês Abel Janszoon Tasman e sua tripulação em 1642. Os māoris mataram vários membros da tripulação e os europeus não retornaram à Nova Zelândia até a viagem do explorador britânico James Cook em 1768-71. Cook chegou à Nova Zelândia em 1769 e mapeou quase toda a linha costeira. Depois de Cook, a Nova Zelândia foi visitada por numerosos navios europeus e norte-americanos, destinados ao comércio, à caça de baleias e de leões-marinhos. Os europeus trocavam alimentos e mercadorias, especialmente ferramentas de metal e armas, por madeira, alimentos, artefatos e água māori. Em certas ocasiões, os europeus trocavam mercadorias por sexo.
A batata e a espingarda transformaram a agricultura e as formas de guerra maori, embora a resultante Guerra dos Mosquetes tenha acabado assim que o desequilíbrio de armas entre as tribos fora corrigido. Desde o início do século XIX, missionários cristãos começaram a se estabelecer na Nova Zelândia, afinal convertendo a maioria da população maori, que tinha ficado desiludida com sua fé indígena pela introdução da cultura ocidental.
Em 1769-70, James Cook dá o nome às suas duas principais ilhas. A partir de 1838, o Reino Unido decide organizar a colonização da Nova Zelândia.
Geografia
A Nova Zelândia é composta por duas ilhas principais, a Ilha Norte e a Ilha Sul, e numerosas pequenas ilhas, algumas das quais bastante longínquas. A área total é de 268.680 km², um pouco menor que a Itália ou o Japão, e um pouco maior que o Reino Unido. O país estende-se por mais de 1600 quilômetros ao longo do seu eixo principal norte-nordeste com cerca de 15.134 km de litoral.
A Ilha Sul é a maior massa de terra e está dividida ao longo do seu comprimento pelos Alpes do Sul, cujo maior pico é o Monte Cook com 3.754 metros. Na Ilha Sul há dezoito picos com mais de 3.000 metros de altitude. A Ilha Norte é menos montanhosa do que a Sul mas está marcada por vulcanismo. Na Ilha Norte, a montanha mais alta, Ruapehu (2.797 metros) é um cone vulcânico activo. A Ilha Stewart é a menor e a mais meridional de todo o país, e possui uma área um pouco maior que o município de São Paulo, no Brasil.
O clima é ameno, com temperaturas raramente inferiores a 0 °C ou superiores a 30 °C. A temperatura média diária em Wellington, a capital, localizada no centro do país, é de 5,9 °C no Inverno e 20,3 °C no Verão.
Muito afastada das terras mais próximas, a Nova Zelândia é, entre as massas de terra de dimensões consideráveis do planeta, aquela que está mais isolada. Os seus vizinhos mais próximos são a Austrália, para noroeste, e a Nova Caledónia, Fiji e Tonga, para norte.
Biodiversidade
Devido ao seu isolamento relativo, a Nova Zelândia desenvolveu um ecossistema único, cuja característica mais distinta consistia na ausência, até à colonização polinésia, de quaisquer mamíferos terrestres, à excepção de três espécies de morcegos. Muitos dos nichos ecológicos que normalmente teriam sido ocupados por mamíferos eram ocupados por aves, incluindo o kiwi (incapaz de voar) e a moa. As moas, agora extintas, podiam crescer até uma altura de três metros. O kiwi e a Cyathea dealbata, característicos das florestas nativas deste país são símbolos nacionais. A Nova Zelândia é também a residência do tuatara, uma espécie antiga de réptil, e do weta, um insecto que pode atingir mais de oito centímetros de comprimento.
Demografia
De acordo com os censos de 1996, a população total da Nova Zelândia era de aproximadamente 3,7 milhões de habitantes, compostos por 78% de descendentes de europeus, 13% de nativos Maoris, e 5% de polinésios das ilhas do Pacífico. Além disso, há uma minoria que descende de chineses (1,3%) e hindus (1%). Atualmente, a população ocidental tende a decrescer, enquanto as restantes etnias ganham peso demográfico. Embora nos últimos anos as imigrações tenham diminuído devido às duras condições econômicas, ultimamente a Nova Zelândia tem recebido novas ondas de imigração, especialmente da Ásia e das ilhas da Polinésia.
Política
A Nova Zelândia é uma democracia parlamentar independente. O país é oficialmente uma Monarquia Constitucional, do qual o Chefe de Estado titular é a Rainha Elisabeth II do Reino Unido, que é representada pela Governadora-Geral, Silvia Cartwright.
Historicamente, a Nova Zelândia seguiu o Sistema Westminster britânico de governo parlamentar, mas já não há uma Câmara Alta, desde a abolição do Conselho Legislativo, um corpo não-eleito, no 1951. O Parlamento, que se reúne nos Prédios do Parlamento da Nova Zelândia em Wellington, é agora composto somente pela Câmara dos Representantes com 120 membros eleitos por um sistema de representação proporcional desde 1996.
Neste sistema, há 65 membros que representam distritos eleitorais, dos quais cinco são reservados para a população Maori, e os outros são seleccionados de listas de candidatos dos partidos, para produzir um resultado proporcional. Uma consequência do novo sistema é que os partidos maiores precisam do apoio dos partidos menores para formar governos de coligação. Dessa Câmara é seleccionado um gabinete executivo de 20 membros, que é dirigido pelo actual primeiro-ministro, John Key, do Partido nacional, de centro-esquerda.
Actualmente, cinco outros partidos têm representação na Câmara.
Subdivisões
Quando foi povoada pelos britânicos, a Nova Zelândia foi dividida em províncias. Estas foram abolidas em 1876 para que o governo pudesse ser centralizado, por motivos financeiros. Em resultado, a Nova Zelândia não possui nenhuma entidade subnacional como província, estado ou território, para lá do governo local. Apesar disso, o espírito das províncias sobrevive e existe uma feroz rivalidade entre elas em acontecimentos culturais ou desportivos.
Desde 1876, o governo central tem administrado as várias regiões da Nova Zelândia. Devido à sua herança colonial, seu governo reflecte com bastante fidelidade as estruturas britânicas de governo local, com conselhos de cidade, borough e condado. Ao longo dos anos, alguns destes conselhos fundiram-se ou tiveram as fronteiras ajustadas por mútuo acordo, e foram criados alguns novos. Em 1989, o governo reorganizou por completo o governo local, implementando a actual estrutura de dois níveis com as regiões e as autoridades territoriais.
Hoje, a Nova Zelândia tem 12 conselhos regionais para a administração de assuntos ambientais e de transportes, e 74 autoridades territoriais que administram as estradas, o saneamento básico, as autorizações de construção e outros assuntos locais. As autoridades territoriais são 16 conselhos de cidade, 57 conselhos de distrito e o Conselho das Ilhas Chatham. Quatro dos conselhos territoriais (uma cidade e três distritos) e o Conselho das Ilhas Chatham também exercem as funções de conselho regional, e são assim conhecidos como autoridades unitárias. Os distritos das autoridades territoriais não são subdivisões dos distritos dos conselhos regionais, e alguns atravessam as fronteiras dos conselhos regionais.
Cultura
Muito da cultura da Nova Zelândia é derivada de raízes européias, sobretudo britânicas, e mais recentemente americanas, sendo a cultura Māori uma vertente de grande significado na vida pública neozelandesa, além da influência do maior vizinho, a Austrália. O vigor e originalidade das artes em filmes da Nova Zelândia, ópera, música, pintura, teatro, dança, e artes estão alcançando reconhecimento internacional.
É provavelmente devido ao clima ameno e ao baixo número de residentes que o divertimento no exterior é bastante popular entre os neozelandeses.
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